MEA CULPA, MEA CULPA, MEA MÁXIMA CULPA.


Hoje é o dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Um dia que muita gente enaltece a mulher, outros a colocam no papel de vítima da violência.
Como mulher também me sinto contemplada: ganhei flores, abraços e cumprimentos. Fiquei feliz e acho que mereço, mas o dia me convida também a uma reflexão.
Se educamos os homens, se passam conosco a parte de suas vidas onde suas personalidades ficam para sempre. Então uma mulher ensinou o homem agressor a agredir.
Quantas vezes a mãe não incita o marido a bater em seus filhos, quando ele chega cansado do trabalho e no limite de sua resistência?
Quem nunca ouviu: “você vai ver quando seu pai chegar!”
Talvez essa consciência faça com que muitas mulheres não denunciem o marido violento. Ou quando denunciam retiram a queixa. Seria ali remorso embutido? Culpa?
Na primeira infância e na escola é onde os homens mais sofrem violência por parte das mulheres.
Quando o homem nasce, já tem duas mulheres como inimigas garantidas: uma é mãe; e outra, a professora.
A professora humilha, espanca e a mãe muitas vezes se faz de cega e surda. Acomodada.
A diretora ou coordenadora pedagógica chamam a mãe na escola e enche sua cabeça. A mãe, para não passar por mãe ausente, chega em casa e enche o filho de porrada ou de castigos abusurdos.
A professora logo no primeiro ano de escola, manda bilhetes fofoqueiros para a mãe, contando coisas que seriam naturais, como se fosse um crime hediondo praticado pelo pequeno de seis ou sete anos, do tipo: seu filho conversou muito, seu filho não se comportou bem hoje…
A professora espera que a mãe tome uma atitude enérgica, sob a pena de ser julgada na escola como uma mãe omissa que não sabe educar. Ela “sabe”. Surra o pequeno.
Com a desculpa de educar os homens as mulheres os surram, humilham e castigam.
Eles aprendem apanhando e então quando crescem ensinam batendo.
Então gostaria que as mulheres – mães de filhos em escola pública – tivessem hoje um momento de reflexão e tivessem a coragem de defender seus filhos da violência da escola.
Queria que as mulheres mães ouvissem seus filhos também e, quando as professoras fizessem uma queixa, as mães dissessem aos seus filhos que estão do lado deles, mesmo se estejam errados.
Queria que as mães de alunos de escola pública ficassem do lado dos seus filhos, não do lado do erro.
Queria que os homens aprendessem com as mulheres que errar é humano, que se aprende errando.
Queria que as mulheres que educam hoje, que mães e professoras lembrassem que a cultura da paz só se conquista com a paz, a compreensão e muito amor.
Amor que nós mulheres temos muito para dar.

3 Comentários

Arquivado em Impunidade, Professorinha-santa, TV Globo

3 Respostas para “MEA CULPA, MEA CULPA, MEA MÁXIMA CULPA.

  1. flavia

    Esse juiz devereia contratar a D. Maria do Carmo para ser babá dos filhos dele já que ela é tão boazinha. Ops, ele não tem filho! vai ver que é por isso, pois só que tem filho sabe o quanto foi penoso ver aquelas imagens, ver nossos filhos sendo agredios, minha filha foi uma das crianças agredidas. Fica a pergunta será que se eu tivesse agredido minha filha daquela forma, eu ainda teria a guarda dela? Ou o conselho tutelar já teria tirado-a de mim?

  2. Maravilha, amiga! Que os anjos te ouçam….

  3. Mauro A. Silva

    Dona de creche filmada agredindo crianças é solta em Goiânia Proprietária de estabelecimento flagrada batendo em crianças vai responder ao processo em liberdade, após três meses presa

    Publicação: 05/03/2011 07:00 Atualização: 05/03/2011 11:48
    Presa em novembro do ano passado, em Goiânia, após ser flagrada agredindo crianças, a dona do berçário Bebê Feliz, Maria do Carmo Serrano, foi libertada na noite de quarta-feira. O juiz da 7ª Vara Criminal de Goiânia, Oscar Sá de Oliveira Neto, acolheu pedido dos advogados de Maria do Carmo para que a dona da creche aguardasse o julgamento em liberdade.

    No momento da denúncia do Ministério Público, que teve acesso a vídeos em que a proprietária do estabelecimento é flagrada dando tapas, beliscões e chacoalhando crianças, Maria do Carmo não comprovou residência fixa. Mais de quatro meses depois do flagrante, os advogados dela encaminharam documentação que registra o domicílio e ainda conseguiram reverter a acusação do crime de tortura para maus-tratos — enquadramento em que o réu é punido com detenção de um ano ou pagamento de multa. De acordo com a sentença que garantiu a liberdade, Maria do Carmo alcançou o benefício porque é ré primária e comprovou endereço fixo.

    As agressões da dona da creche foram descobertas depois que uma funcionária do berçário, localizado em um bairro de classe média de Goiânia, cuja mensalidade era de R$ 300, instalou uma câmera e flagrou Maria do Carmo dando tapas, beliscões e jogando uma criança em um colchão. As vítimas das agressões tinham de 2 a 3 anos. À época, 22 crianças ficavam no berçário sob a responsabilidade de Maria do Carmo e duas funcionárias. Depois do escândalo envolvendo a creche, o estabelecimento foi fechado.

    Depoimentos
    Apesar de o crime de Maria do Carmo ter sido desclassificado e enquadrado em categoria mais branda, os depoimentos de funcionários da creche e de pais das crianças indicavam que as agressões podem ter sido mais sérias. Há casos de relatos em que a dona da creche obrigava meninos e meninas a sentarem na própria urina, trancava as crianças no banheiro e esfregava o dedo delas no muro até sangrar.

    Quando os pais percebiam os filhos machucados, ouviam da creche que as crianças tinham se ferido durante brincadeiras com os colegas. Maria do Carmo abriu o berçário Bebê Feliz em 2009. Durante os processos de vistoria na creche, não foi detectada nenhuma irregularidade nas instalações.
    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2011/03/05/interna_brasil,241167/dona-de-creche-filmada-agredindo-criancas-e-solta-em-goiania.shtml